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− | Apesar do trabalho ter sido criado a partir da situação social e política da época, ele não perde de nenhuma maneira sua atualidade. O objeto da obra, a maleta, continua fazendo referência aos homens de negócios como símbolo de poder e status social. Mais ainda, o título também se atualiza com o aumento da População Economicamente Ativa[1] e a proliferação de cursos profissionalizantes no país visando o mercado de trabalho: hoje parece que há mais jovens esperando o seu brilhante futuro do que nunca. As ações com a maleta, se assemelham quase à imagens publicitárias, na qual se pretende vender o objeto-maleta – a própria ideia de um futuro brilhante. | + | Apesar do trabalho ter sido criado a partir da situação social e política da época, ele não perde de nenhuma maneira sua atualidade. O objeto da obra, a maleta, continua fazendo referência aos homens de negócios como símbolo de poder e status social. Mais ainda, o título também se atualiza com o aumento da População Economicamente Ativa[1] e a proliferação de [[cursos profissionalizantes]] no país visando o mercado de trabalho: hoje parece que há mais [[cursos profissionalizantes|jovens esperando o seu brilhante futuro]] do que nunca. As ações com a maleta, se assemelham quase à imagens publicitárias, na qual se pretende vender o objeto-maleta – a própria ideia de um futuro brilhante. |
No mesmo ano no qual foi feito o trabalho, Zílio escreveu um depoimento ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: “Em nosso meio, o artista é um elemento geralmente proveniente dos setores médios da população. O seu acervo intelectual é uma amostragem das possibilidades de uma formação cultural chamada universitária. Vivendo em uma estrutura social individualista, a sua expressão artística é predominantemente baseada em sua vivência pessoal.” | No mesmo ano no qual foi feito o trabalho, Zílio escreveu um depoimento ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: “Em nosso meio, o artista é um elemento geralmente proveniente dos setores médios da população. O seu acervo intelectual é uma amostragem das possibilidades de uma formação cultural chamada universitária. Vivendo em uma estrutura social individualista, a sua expressão artística é predominantemente baseada em sua vivência pessoal.” |
Edição atual tal como às 07h24min de 8 de setembro de 2010
Para um jovem de brilhante futuro
Carlos Zílio
O cartão postal Para um jovem de brilhante futuro é um dos desdobramentos do trabalho de mesmo título que é, exatamente, a valise com pregos que aparece na foto do cartão.
Apesar do trabalho ter sido criado a partir da situação social e política da época, ele não perde de nenhuma maneira sua atualidade. O objeto da obra, a maleta, continua fazendo referência aos homens de negócios como símbolo de poder e status social. Mais ainda, o título também se atualiza com o aumento da População Economicamente Ativa[1] e a proliferação de cursos profissionalizantes no país visando o mercado de trabalho: hoje parece que há mais jovens esperando o seu brilhante futuro do que nunca. As ações com a maleta, se assemelham quase à imagens publicitárias, na qual se pretende vender o objeto-maleta – a própria ideia de um futuro brilhante.
No mesmo ano no qual foi feito o trabalho, Zílio escreveu um depoimento ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: “Em nosso meio, o artista é um elemento geralmente proveniente dos setores médios da população. O seu acervo intelectual é uma amostragem das possibilidades de uma formação cultural chamada universitária. Vivendo em uma estrutura social individualista, a sua expressão artística é predominantemente baseada em sua vivência pessoal.”
Soma-se a essa imagem a opção do artista por transformá-la em cartão postal que, além de ser extremamente ligado à indústria do turismo, é um instrumento criado por uma instituição símbolo de poder estatal no gerenciamento do fluxo de comunicação: os correios. Assim, Zílio parece dobrar sua ironia, ao sugerir a imagem do homem com a mala de pregos como uma paisagem, um retrato de determinado lugar, cidade ou país, que muito bem poderia ser a Av. Paulista.
[1]A População Economicamente Ativa (PEA) compreende todas as pessoas com 10 anos ou mais de idade, que constituem a força de trabalho do país. Em decorrência da diminuição das taxas de mortalidade e natalidade e do aumento da expectativa de vida nas últimas décadas, a PEA se encontra em processo de ascensão.