Mudanças entre as edições de "Ford-T"

De à sombra do futuro
Ir para navegação Ir para pesquisar
(Criou página com '='''Ford-T'''= João Paulo Leite No dia 1º de outubro de 1908 o mundo viria a conhecer o primeiro lançamento da Ford Motor Company, o modelo Ford T. Dotado de diversas inova...')
 
(+vídeo)
 
Linha 7: Linha 7:
  
 
A obra de João Paulo Leite atenta para essas questões e as explicita, porém, aproximando-as também de uma problemática de ordem histórico-estética. Sobre a linha de montagem, o artista disseca não somente o descompasso entre sujeito, força de trabalho e produção no interior da fábrica capitalista, como também, ao eleger a figura do cubo como objeto de produção, ironiza a tradição artística racional abstrata de matriz modernista. Nesse sentido, ao se remeter ao abstracionismo formal nos termos do esquema de produção fordista, Leite acentua as contradições do sistema produtivo capitalista na medida em que consegue propor uma linha de montagem metaforicamente simétrica, ou seja, na qual o processo de abstração que converte os trabalhadores a simples força de trabalho se reflete na própria abstração formal de seus produtos.
 
A obra de João Paulo Leite atenta para essas questões e as explicita, porém, aproximando-as também de uma problemática de ordem histórico-estética. Sobre a linha de montagem, o artista disseca não somente o descompasso entre sujeito, força de trabalho e produção no interior da fábrica capitalista, como também, ao eleger a figura do cubo como objeto de produção, ironiza a tradição artística racional abstrata de matriz modernista. Nesse sentido, ao se remeter ao abstracionismo formal nos termos do esquema de produção fordista, Leite acentua as contradições do sistema produtivo capitalista na medida em que consegue propor uma linha de montagem metaforicamente simétrica, ou seja, na qual o processo de abstração que converte os trabalhadores a simples força de trabalho se reflete na própria abstração formal de seus produtos.
 +
 +
 +
=Vídeo=
 +
 +
 +
Vídeo mostra mais detalhes da obra em funcionamento durante a exposição.
 +
 +
 +
<html>
 +
<object width="500" height="306"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/dWtvW8KtIu0?fs=1&amp;hl=en_US&amp;rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/dWtvW8KtIu0?fs=1&amp;hl=en_US&amp;rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="500" height="306"></embed></object>
 +
</html>

Edição atual tal como às 16h19min de 17 de novembro de 2010

Ford-T

João Paulo Leite


No dia 1º de outubro de 1908 o mundo viria a conhecer o primeiro lançamento da Ford Motor Company, o modelo Ford T. Dotado de diversas inovações tecnológicas importantes, era um carro de fácil condução, manutenção barata e, sobretudo, preço acessível. Em pouco tempo o modelo T se tornaria quase onipresente nas ruas dos Estados Unidos. Levando a companhia dirigida por Henry Ford a atingir índices até então inimagináveis de produção e venda. Por conta disso, em busca do aumento da eficiência e a redução dos custos nas etapas de produção, no ano de 1913, Ford introduziu o uso de esteiras em movimento nas instalações de suas fábricas, dando origem, assim, às primeiras linhas de montagem da história industrial. Tal inovação, somada ao surgimento dos métodos de administração científica como o Taylorismo, marcou um ponto de inflexão não somente na história dos meios de produção, mas de toda logística do trabalho e consumo modernos. É somente a partir de Ford que vimos a conhecer a racionalização, mecanização e divisão do trabalho tal qual hoje a conhecemos. É seu o legado que, mediante o emprego da padronização do maquinário, equipamento e, claro, produtos, tornaria possível a produção em massa de bens de consumo.

A obra de João Paulo Leite atenta para essas questões e as explicita, porém, aproximando-as também de uma problemática de ordem histórico-estética. Sobre a linha de montagem, o artista disseca não somente o descompasso entre sujeito, força de trabalho e produção no interior da fábrica capitalista, como também, ao eleger a figura do cubo como objeto de produção, ironiza a tradição artística racional abstrata de matriz modernista. Nesse sentido, ao se remeter ao abstracionismo formal nos termos do esquema de produção fordista, Leite acentua as contradições do sistema produtivo capitalista na medida em que consegue propor uma linha de montagem metaforicamente simétrica, ou seja, na qual o processo de abstração que converte os trabalhadores a simples força de trabalho se reflete na própria abstração formal de seus produtos.


Vídeo

Vídeo mostra mais detalhes da obra em funcionamento durante a exposição.