Mudanças entre as edições de "Todays Archeology"
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Edição das 14h17min de 15 de novembro de 2010
Today's Archeology
Jean Scheurer
Durante o Congresso Internacional das Artes em 1959, onde a cidade de Brasília foi apresentada para profissionais de todo o mundo, o chanceler francês André Malraux comentou ao arquiteto Oscar Niemeyer que a cidade era um dos exemplares de arquitetura mais importantes desde as colunas gregas. E adicionou: não conseguia deixar de pensar que lindas ruínas Brasília seria no futuro.
Quinze anos depois, na carta que enviou ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC) junto com a obra Today’s Archeology, Jean Scheurer explica claramente que “demonstrar o lado efêmero de nossa civilização é também uma reflexão sobre o homem por meio de suas construções, objetos e dejetos”.
Que tenha sido realizada em 1974 e exposta pela primeira vez em uma exposição prospetiva são dados não só dignos de nota, mas que merecem redobrada consideração. Se a intenção do organizador da mostra de 1974 no MAC, Walter Zanini, era uma sondagem no futuro da arte, acertou ao expor a obra de Scheurer. Não pela clarividência em prever diretamente a importância do artista no contexto artístico brasileiro (onde lamentavelmente segue sendo praticamente desconhecido), mas sim porque Scheurer soube simbolizar sinteticamente o procedimento “arqueológico” que segue dominante até os dias de hoje.
O título — arqueologia de hoje— e as declarações do artista, apontam que o procedimento em questão refere-se à maneira como os vestígios materiais são analisados para estudar o passado. No entanto, o título da obra aponta que ela não é uma simples figuração da arqueologia hoje, mas sim de hoje. Isto é, não trata do modo como se faz arqueologia em geral, mas de uma atividade de arqueologia que se pratica sobre o próprio presente. Scheurer mostra que por meio dela deixa-se de ver a realidade do presente e projeta-se sobre ela uma imagem fantasiosa e enganosamente cristalina. As ruínas do presente perdem os seus valores históricos e são potencializadas por uma espécie de valor projetivo, tornam-se meros artefatos especulativos para aquilo que poderiam vir a ser.