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De à sombra do futuro
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m "Pierre Menard, autor do Quixote" (1939), Jorge Luis Borges relata a fictícia e inacreditável história do personagem título que, ao rescrever linha por linha, palavra por palavra, o famoso livro de Cervantes, escreve uma versão "quase infinitamente mais rica" que a antiga. A operação de Menard se dá não pela criação de um objeto propriamente dito, mas pela retificação simbólica de algo já previamente existente. Por um lado, configura um juízo sobre o objeto e sua história, ao mesmo tempo que, por outro, lhe atribui significância, atual e futura, diversa daquela do original. Sob a pena de Menard, ou melhor, a de Borges, o Quixote de Cervantes — o Cavaleiro da Triste Figura que, após entregar-se à leitura de romances de cavalaria, resolve sair pelo mundo seguindo fantasias que não condizem com a realidade —  transfigura-se sem deixar rastros. Passa a contar-nos uma história invisível na qual se justapõem objeto e significado, de modo que o primeiro passa a ser, de certo modo, somente o correlato material do processo especulativo que vem a configurar o segundo.
  
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[[Arquivo:Deyson_Gilbert_-_Bandeira.png|200px|thumb|left|Imagem da obra de Deyson Gilbert, apenas um teste]]
 
 
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É a partir da reconfiguração crítica proposta por Borges, das noções de valor e história subjacentes à sua narrativa, que esta exposição visa estabelecer uma reflexão a respeito do modo como especulações, projetos e expectativas atuam influentemente tanto sobre o futuro quanto sobre o presente e o passado nos âmbitos econômicos, políticos, sociais e artísticos/culturais.
  
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Ut enim ad minima veniam, quis nostrum exercitationem ullam corporis suscipit laboriosam, nisi ut aliquid ex ea commodi consequatur? Quis autem vel eum iure reprehenderit qui in ea voluptate velit esse quam nihil molestiae consequatur, vel illum qui dolorem eum fugiat quo voluptas nulla pariatur? At vero eos et accusamus et iusto odio dignissimos ducimus qui blanditiis praesentium voluptatum deleniti atque corrupti quos dolores et quas molestias excepturi sint occaecati cupiditate non provident, similique sunt in culpa qui officia deserunt mollitia animi, id est laborum et dolorum fuga. Et harum quidem rerum facilis est et expedita distinctio. Nam libero tempore, cum soluta nobis est eligendi optio cumque nihil impedit quo minus id quod maxime placeat facere possimus, omnis voluptas assumenda est, omnis dolor repellendus. Temporibus autem quibusdam et aut officiis debitis aut rerum necessitatibus saepe eveniet ut et voluptates repudiandae sint et molestiae non recusandae. Itaque earum rerum hic tenetur a sapiente delectus, ut aut reiciendis voluptatibus maiores alias consequatur aut perferendis doloribus asperiores repellat
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As diferentes proposições artísticas da exposição articulam, cada uma a seu modo, aspectos variados dessas questões. No conjunto, delineiam um quadro complexo, no qual são figurados e analisados procedimentos de retificação simbólica e valorativa, formulação de projetos, construção de identidade, especulação econômica e conceitual, apropriação e rearticulação formal, entre outros. Além disso, sem perder de vista o contexto vivenciado pelo Brasil na atualidade — dado, por exemplo, por sua inserção e crescimento no cenário político-econômico global, a descoberta e exploração do Pré-Sal e a escolha para sediar os Jogos Olímpicos (2016) e a Copa do Mundo (2014) —, a exposição conta com a presença de documentos diversos, oferencendo ao público um lastro mais inteligível quanto ao conteúdo crítico, por vezes somente tácito, dos trabalhos. Revistas, pôsteres, jornais e obras estabelecem, deste modo, um constante diálogo entre si, delineando uma visão poética e crítica do atual panorama histórico-político-social.

Edição das 08h07min de 7 de setembro de 2010

m "Pierre Menard, autor do Quixote" (1939), Jorge Luis Borges relata a fictícia e inacreditável história do personagem título que, ao rescrever linha por linha, palavra por palavra, o famoso livro de Cervantes, escreve uma versão "quase infinitamente mais rica" que a antiga. A operação de Menard se dá não pela criação de um objeto propriamente dito, mas pela retificação simbólica de algo já previamente existente. Por um lado, configura um juízo sobre o objeto e sua história, ao mesmo tempo que, por outro, lhe atribui significância, atual e futura, diversa daquela do original. Sob a pena de Menard, ou melhor, a de Borges, o Quixote de Cervantes — o Cavaleiro da Triste Figura que, após entregar-se à leitura de romances de cavalaria, resolve sair pelo mundo seguindo fantasias que não condizem com a realidade — transfigura-se sem deixar rastros. Passa a contar-nos uma história invisível na qual se justapõem objeto e significado, de modo que o primeiro passa a ser, de certo modo, somente o correlato material do processo especulativo que vem a configurar o segundo.

Imagem da obra de Deyson Gilbert, apenas um teste

É a partir da reconfiguração crítica proposta por Borges, das noções de valor e história subjacentes à sua narrativa, que esta exposição visa estabelecer uma reflexão a respeito do modo como especulações, projetos e expectativas atuam influentemente tanto sobre o futuro quanto sobre o presente e o passado nos âmbitos econômicos, políticos, sociais e artísticos/culturais.


As diferentes proposições artísticas da exposição articulam, cada uma a seu modo, aspectos variados dessas questões. No conjunto, delineiam um quadro complexo, no qual são figurados e analisados procedimentos de retificação simbólica e valorativa, formulação de projetos, construção de identidade, especulação econômica e conceitual, apropriação e rearticulação formal, entre outros. Além disso, sem perder de vista o contexto vivenciado pelo Brasil na atualidade — dado, por exemplo, por sua inserção e crescimento no cenário político-econômico global, a descoberta e exploração do Pré-Sal e a escolha para sediar os Jogos Olímpicos (2016) e a Copa do Mundo (2014) —, a exposição conta com a presença de documentos diversos, oferencendo ao público um lastro mais inteligível quanto ao conteúdo crítico, por vezes somente tácito, dos trabalhos. Revistas, pôsteres, jornais e obras estabelecem, deste modo, um constante diálogo entre si, delineando uma visão poética e crítica do atual panorama histórico-político-social.