Sem título
sem título
André Komatsu
Um objeto pintado com uma seta quebrada, seta que agora indica o sentido que aparentemente já foi o seu inverso. Como que contradizendo a si mesma, a seta aponta a inversão do fluxo temporal que talvez pudesse reestabelecer sua condição anterior. É como se almejasse deixar de ser um detrito para voltar a adquirir um status perdido, o de constituinte de, pelo menos, uma flecha coerente, cuja ponta já esteve orientada numa direção clara. Mas, num ciclo fechado e vicioso, seu fim é a sua incompletude; mesmo terminada está inacabada, presa na sua eterna precariedade, congelada numa situação limítrofe.