Avatar e James Cameron

De à sombra do futuro
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Em 2010 James Cameron esteve no Brasil com dois objetivos. O primeiro era lançar a versão em Blu-ray (a tecnologia sucessora do DVD, com altíssima definição) de seu filme Avatar, a maior bilheteria de todos os tempos em valores absolutos. O segundo era fazer militância ecológica. Ao chegar em São Paulo Cameron foi ao Parque do Ibirapuera plantar uma muda de pau-brasil. Era o pontapé inicial de uma campanha do estúdio de cinema Fox, destinada a plantar um milhão de árvores ao redor do mundo. Na ocasião, estava acompanhado da mulher, Suzy Amis, e da atriz Sigourney Weaver, que em Avatar faz o papel de uma cientista com consciência ambiental. Cameron participou também de um almoço com os índios Sheila Juruna e Kwagadu Xipaya, e integrantes de ONGs como a Amazon Watch e o Instituto Socioambiental. Todos - nativos e entidades - comprometidos com a bandeira que Cameron decidiu levantar: a do protesto contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, que provocaria, segundo estudos dos ambientalistas, um impacto devastador no equilíbrio ecológico da Amazônia. Uma causa polêmica: o projeto, orçado em R$ 19 bilhões, é uma das estrelas do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento promovido pela candidata oficial à presidência, Dilma Rousseff.

Cameron e sua comitiva foram a Brasília participar de uma manifestação contra a construção da hidrelétrica. O diretor subiu num carro de som e discursou, em inglês (com tradução simultânea) contra Belo Monte. No mesmo dia, Cameron seguiu para a cidade de Altamira, às margens do Xingu. Lá, pegou uma lancha voadeira em direção à aldeia Mrotijan, no rio Bacajá, afluente do Xingu que terá a vazão diminuída para a construção de Belo Monte.


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Foi recebido com festa. "Em alguns momentos, os índios nos puxavam e todos dançavam juntos", diz Marcelo Salazar, do Instituto Socioambiental, uma das entidades ecológicas representadas na excursão. Entre os Xicrin Kayapó, em Mrotijan, Cameron recebeu uma visita famosa: Raoni Kayapó, o cacique que em 1989 apareceu em vários eventos ao lado do cantor britânico Sting. Com muito interesse, segundo Salazar, Cameron passou mais de duas horas ouvindo as histórias e reivindicações dos índios. Reafirmou sua intenção, demonstrada numa viagem anterior, de fazer um documentário sobre o assunto, para ser incluído como extra em futuras reedições do DVD de Avatar. Na quinta-feira, o cineasta já estava em Washington, onde contatou o Congresso americano e o presidente Barack Obama para falar sobre o assunto. Nesse momento, a imprensa do mundo inteiro noticiava o engajamento do diretor, que agiria como uma versão no mundo real do protagonista do filme Avatar - um estrangeiro que se apaixona pela causa dos nativos e decide defender a floresta.


http://bravonline.abril.com.br/conteudo/cinema/james-cameron-avatar-aqui-564494.shtml