Hino dos vencedores

De à sombra do futuro
Ir para navegação Ir para pesquisar

Hino dos vencedores

Cadu


Normalmente um hino é uma música que pretende simbolizar a união de um grupo em torno de um conjunto de ideias compartilhadas (como supõe-se ser o caso de uma nação), valores comuns. Mas se esse é o caso em Hino dos Vencedores, então temos que pensar nesses “valores” muito literalmente (e ao mesmo tempo não como “valores” tão literalmente “compartilhados”).

As partituras usadas por Cadu para compor o Hino dos Vencedores são bilhetes perfurados nas posições dos números definidos pelos sorteios de loteria. Estes bilhetes, quando alimentados em caixas de música, geram canções no mínimo incomuns.

Com estas composições, os vencedores, além do prêmio da loteria, ganham também seu hino. Mas esse só vem a demonstrar a arbitrariedade dessa vitória, que revela a mística “numerológica” e aleatória que se encontra na vulgaridade da economia como um todo: seus mercados, especulações, bolsas, índices, números, promessas e, claro, vencedores. Estes últimos sim, compartilham (se muito) os valores de uma lógica perversa que oprime, explora e priva a todos que não entendem o que figuram seus hinos perfeitamente aleatórios.


Hymn of the winners

Cadu

Normally an anthem is a song that intend to symbolize the union of a group around a shared set of ideas (as it is supposed to be the case of a nation), common values. But if this is the case in 'Hymn of the winners', so we have to think of these "values" very literally (and at the same time not as "values" so literally "shared").

The scores used by Cadu to compose the anthem of the winners are ticket drilled in the positions of numbers defined by lottery. These tickets when played in the boxes of music generate songs at least unusual.

With these compositions, the winners, in addition to the lottery prize, also earning his anthem. But this only comes to show the arbitrariness of this victory, which reveals the mystical "numerology" and random that is on the vulgarity of economy as a whole: its markets, speculations, bourses, indices, numbers, promises and, of course, winners. The latter yes, they share (if a lot) the values of a perverse logic that oppresses, exploits and debar all them don't understand what portray their perfectly randoms anthems.